quarta-feira, 17 de julho de 2013

Uma carta para o Theo



A partir do próximo sábado, você vai ficar uma semana inteira na casa do seu pai. Chegou a hora de te entregar para o mundo. Você acha justo compartilhar com ele os seus dias. Eu não. Quero você pra mim, para sempre. Mas a vida não é muitas vezes o que queremos.
Eu sentirei saudades. Muitas saudades de você. Sentirei falta do seu cheirinho, das suas sacadas, dos seus cuidados com os seus irmãos e até do seu mau humor e emburramento! Porque é assim, inteirinho, que eu amo você. Porque foi em uma parceria que ajudei a te formar aqui dentro de mim.
Todos os dias, me vejo em você e agradeço por você ter vindo até a mim, e por ser meu filho. Somos muito parecidos, Teco. Na forma de pensar, na bagunça do dia a dia, nas nossas inseguranças e questões mais profundas. Na maneira como você se relaciona com as pessoas e quer agradá-las sempre. Hoje, por exemplo, você está todo feliz porque comprou, com a sua mesada, 50 chicletes que vai distribuir entre os seus amigos. 
Tenho muitos defeitos. Busco todos os dias ser uma pessoa melhor, para você e seus irmãos. E você já é melhor. Faz terapia com a Lídia, onde o consultório dela parece uma casinha de fada. Vamos todas as quartas-feiras pela manhã e na terça-feira à noite, você já começa a reclamar. Mas vamos mesmo assim. Porque é um adianto para a sua vida adulta, filho. Se todos nós encararmos nossos monstros e nossos fantasmas internos, nos tornaremos pessoas melhores e o mundo ficará mais leve e a vida mais fácil de ser vivida!

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